lugares e sensações

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Entre o mito e a história
Micenas, o lugar dos Ciclopes

Os gregos clássicos, habituados a uma arquitectura à escala humana acreditavam que este lugar tinha sido construído por seres gigantes com um só olho, os ciclopes, cujo exemplo maior é o terrível Polifeno, cego pelo inteligente Ulisses, que se nomeou como Ninguém.
A verdade é que a civilização micénica existiu entre 1600 a 1100 AC e dominou o sul da Grécia. Micenas é o lugar mais conhecido e ainda hoje impressiona. Está construída sobre uma colina e rodeada de muralhas de blocos enormes. A porta mais conhecida é a dos leões. Hoje restam as bases de palácios, casas e lojas de comércio. Fora das muralhas alguns túmulos mantêm-se bem conservados e impressionantes.

Porta dos leões, Micenas

Entrada dos túmulos verticais
Abobada de túmulo
No século XIX Schliemann escavou o local e encontrou aquilo que hoje conhecemos como tesouro de Agamémnon, a máscara, as jóias, etc., que pertenceram a alguém importante, porém, não sabemos o seu verdadeiro nome.
A história dos reis micénicos, mil anos anterior à Grécia clássica, mistura-se com a mitologia. Agamémnon era irmão de Menelau e as suas mulheres também eram irmãs entre si. A mais conhecida, a mulher de Menelau, a bela Helena foi raptada por Paris e levada para Tróia o que levou à guerra de Tróia. Agamémnon queria ajudar o seu irmão na guerra, mas a falta de vento impedia a partida dos barcos para o mar. Então Agamémnom sacrificou a mais velha das suas filhas, Ifigénia, à deusa Artemisa. Clitemnestra, a mulher de Agamémnon nunca lhe perdoou e após a sua volta, vitoriosa, da guerra matou-o com ajuda de Egisto. É claro que a tragédia tinha começado na disputa pelo poder nas gerações anteriores e continuou depois da morte de Agamémnon.

Depois de visitar Epidauro, o nosso destino era visitar este lugar entre o mito e a história. Pelo caminho algo mais pragmático porém não menos prazeiroso, um banho nas águas quentes de Nafplio.Chegamos ao fim do dia à pequena aldeia de Micenas.Os turistas tinham já partido. A aldeia parecia deserta e silenciosa.
O hotel, La Petite Planete é familiar e agradável, mas na altura não servia jantar, assim após o check -in e já com as chaves do quarto fomos à procura de jantar. Procuramos o Belle Helene, um pequeno hotel onde personagens históricas como Schliemann, dormiram. Mas era tão histórico que a camada de pó nas cadeiras sujou de imediato o rabo do primeiro que se sentou. Desistimos do passado pensando como seria a cozinha. Enquanto descíamos a escada do restaurante reparamos que estávamos a ser seguidos pela recepcionista do hotel onde íamos passar a noite. Pensou que íamos fugir com as chaves, deve ser por isso que se diz que quando a comunicação é difícil parece grego. Depois lá se desculpou dizendo que era a primeira vez que trabalhava e não sabia o que fazer.
Após a resolução do caricato incidente lá nos aconselhou um restaurante, até comemos bem, debaixo de uma ramada, num ambiente calmo de aldeia grega.
O hotel, familiar, simpático, silencioso e com ar condicionado(!) abre as suas janelas sobre o Peloponeso até perder de vista. Logo após o pequeno-almoço, ainda não tinham chegado as camionetas de japoneses, já nós estávamos nas ruínas de Micenas. Talvez por isso ainda gostei mais deste lugar.

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quarta-feira, janeiro 27, 2010

Ao som de uma Flauta,
Epidauro, Grécia

Em Agosto a Grécia continental é quentinha- que falta me fazia um pouco de calor desse neste Inverno,...- e a paisagem entre Corinto e Epidauro é feita de colinas e enseadas de um mar verde e convidativo.

Epidauro, segundo a mitologia, é o lugar de nascimento de Esculápio, deus da medicina. Apolo o seu pai, matou a mãe por ciúmes e antes de a cremar fez-lhe uma cesariana, nasceu Esculápio. Por causa disso este lugar foi muito importante na antiga Grécia. Doentes de muito longe vinham cá dormir para durante o sono obterem a cura para as suas doenças. Hoje, restam as ruínas, um pequeno museu e a nossa imaginação para reconstruir as formas do passado. Porém, nem tudo desapareceu. O teatro de Epidauro mantém-se bem conservado, com uma acústica de fazer inveja a locais muito posteriores. Um ou outro turista chama pela família, alguns menos tímidos e mais raros cantam para testar a acústica. Naquela tarde tivemos sorte, uma jovem não esqueceu a sua flauta e tocou pelo simples prazer de tocar naquele simbólico lugar. Um momento verdadeiramente mágico.

Esculápio, deus da medicina com o seu símbolo
Epidauro, Património da Humanidade
Teatro de Epidauro, uma construçao humana, um lugar magnífico, ainda melhor ao som de uma flauta

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sábado, janeiro 23, 2010

Corinto, Acrocorinto
O poema do Amor
Grécia



Após alguns dias em Atenas resolvemos continuar a nossa viagem pela Grécia continental. A viagem começou na agência de rent-a-car com as explicações - como sair de Atenas...

Afinal nem foi difícil. O destino era a cidade de Corinto.

Na antiguidade era uma cidade portuária importante com cerca de 300000 habitantes. A sua localização no istmo que separa o golfo de Corinto do Sarónico era a razão para o seu desenvolvimento. A fortaleza sobre a cidade, Acrocorinto fica a cerca de 500 metros de altitude. Aqui praticava-se o culto de Afrodite, 1000 prostitutas sagradas, na maioria escravas, faziam o contacto entre os homens e a deusa, já vi desculpas melhores.

Hoje restam ruínas de várias épocas e a vista ampla sobre o golfo e sobre a planície. Mas, depois do bulício de Atenas caminhar num ambiente quase silencioso (apenas uma sinfonia de grilos, cigarras e outros bichos não identificados), embora a mais de 40ºC é revigorante.

Depois da descida, o almoço num dos pequenos restaurantes ao lado das ruínas da velha Corinto e a primeira de muitas fatias de melancia doce e fresca, repetida depois de sair das ruínas.


A velha Corinto trás à memória o incontornável Apóstolo - S.Paulo, e as suas cartas aos Coríntios:

Cap. 13

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor."

S.Paulo esteve aqui por duas vezes, pregou, trabalhou e foi julgado nesta cidade.

Acrocorinto, Agosto, mais de 40ºC, até a pequena distância do parque às portas do forte parece enorme.

A fortaleza tem várias muralhas como uma boneca russa.

Dentro encontramos vestigios de mesquitas, igrejas, cisternas, etc.
Mesquita

No cimo ficava o templo das prostitutas sagradas, ao longe o golfo Sarónico

Mirhab

Mais uma vez, esfinge- museu de Corinto Templo de Octavia, Corinto
Aqui terá pregado S. Paulo, Ágora de Corinto

As termas de Corinto

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sexta-feira, janeiro 22, 2010

Arte Cicládica
Museus de Atenas

A civilização cicládica desenvolveu-se no mar Egeu, nas ilhas Cíclades, e infelizmente deixou-nos poucos vestígios para além de estátuas representando ídolos, símbolos de fertilidade, tocadores de flauta, etc. No entanto, quando entramos no pequeno museu, temos a sensação de entrarmos num museu de arte contemporânea. Lindíssimo.
Estátuas cujo relevo se resume ao nariz e de braços cruzados sobre o peito.

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sábado, janeiro 16, 2010

Nunca gostei de homens saia,
Nem mesmo no render da guarda
Atenas
Chamam-se Evzones, devem ser altos, elegantes e são considerados privilegiados pela função que exercem.
Mas a mini-saia não me convence, por muito simbólica que seja...

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sexta-feira, janeiro 15, 2010

Panathinaikon-Stadion, Atenas

Não há muito para ver mas, das duas vezes que estive em Atenas passei por aqui. Este é um lugar simbólico. A sua construção remonta à antiga Grécia - era o local onde se realizavam os jogos em honra da deusa Atenas.
O que vemos hoje é uma construção recente em mármore branco onde se realizaram os primeiros Jogos Olímpicos modernos. Como se tudo isto não bastasse foi também aqui que a nossa querida Rosa Mota ganhou a sua primeira maratona.
Um lugar simbólico...até para nós.

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sábado, janeiro 09, 2010

As jóias no meio da confusão ateniense
Grécia

A Acrópole vista da Plaka
Duas épocas, uma de cidades estado, a outra de um grande império, o Olympieion, ou templo de Zeus é um templo greco-romano e foi terminado no tempo de Adriano.


Apesar da idade, a harmonia permanece, é eterna.

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sábado, janeiro 02, 2010

O lugar da democracia,
A Ágora Ateniense


A Ágora ateniense era a praça pública por excelência, o lugar onde emergiu a democracia.
Tudo lá se vendia e comprava, tudo se discutia, divino e profano.
Era aí que se discutiam os factos, a religião, a cultura, a politica, etc.
Hoje pouco resta desse lugar que tanto nos legou.
Gigante da fachada do Odeon de Agripa
Hefestion

A luz e a sombra no templo de HefestoFrescos de ocupação cristã do espaço da Ágora
Museu da Ágora
Atenas à noite

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