lugares e sensações

domingo, maio 17, 2009

Alentejo, Portugal

Da Anta Capela de São Brissos à Gruta do Escoural
Continuando pelo Alentejo pré -histórico.
A Capela Anta de São Brissos é apenas um dos exemplos de transformação de um lugar. Podem ver-se ainda os esteios da anta, agora pintada de azul e branco encimada por uma cruz e localizada numa planície a perder de vista.


Continuamos em estradas atravessando prados verdes floridos com oliveiras alinhadas, o destino era a Gruta do Escoural.
É proibido tirar fotografias pelo risco de destruir as pinturas. Infelizmente a visita foi guiada por um jovem que embora simpático e com imensa boa vontade não tinha formação adequada. A Gruta do Escoural merecia um pouco mais.
A Gruta do Escoural foi descoberta em 1963 e vale a visita. A entrada está bem sinalizada e o seu valor histórico está bem patente nas descrições da Câmara de Montemor o Novo e IPPAR.



Câmara de Montemor o Novo-
A Gruta do Escoural é o ponto fundamental do sítio arqueológico do Escoural, situada na Herdade da Sala, no bonito concelho Alentejano de Montemor-o-Novo, freguesia de Santiago do Escoural, constituindo mesmo a única caverna conhecida até agora no País com gravuras e pinturas rupestres datadas do Período Paleolítico Superior. A Gruta é constituída por várias salas e galerias que serviram populações há cerca de 50 000 anos, que ilustraram o seu interior com cenas do seu quotidiano. A primeira ocupação remonta ao Paleolítico Médio, quando grupos de caçadores-recolectores neandertalenses utilizaram esta Gruta como abrigo temporário para a caça. Já durante o Paleolítico Superior (35 000 a 8 000 a.C.), a área é reaproveitada como Santuário, onde são visíveis os vestígios decorativos da Arte Pré-Histórica. No Período Neolítico (5 000 a.C. a 3 000 a.C.), a Gruta foi transformada em cemitério das comunidades de agricultores e pastores localizadas nos arredores. Estes terão aproveitado as lajes calcárias do exterior da gruta para gravar diversos motivos esquemáticos e animais estilizados, formando um santuário rupestre ao ar livre. No final deste Período a Gruta é encerrada, sendo o espaço na elevação acima da Gruta habitado por comunidades do Calcolítico (2000 a.C.).


IPPAR:
Os trabalhos arqueológicos revelaram ocupações desde o Paleolítico Médio e Superior até ao Neolítico Final. A arte rupestre destaca-se pela sua raridade e apresenta duas fases, com cronologias de cerca 25.000 a.C e 13.000 anos a.C..
No exterior, na elevação acima da gruta, situa-se um Santuário Rupestre Neolítico e um pequeno povoado Calcolítico. Nas proximidades encontra-se um Tholos (sepulcro megalítico de falsa cúpula).

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