lugares e sensações

quarta-feira, março 11, 2009

Atlas, Marrocos
a segunda mais alta montanha de África

Os gregos acreditavam que segurava o céu e chamaram-lhe Atlas. É a segunda montanha mais alta de África a seguir ao Kilimanjaro e forma uma cordilheira, no sentido norte sul, em Marrocos. O deserto estende-se para lá das suas encostas.

A estrada é estreita a subir até Tizi-n-Tichka, a passagem mais elevada do Atlas, e a condução dos marroquinos é pior do que a nossa (Portugal). Logo à saída de Marrakeck uma brigada de policia mandava parar muita gente que ultrapassava os limites do radar de 100 metros atrás. Escapamos.

Pelo caminho há pequenas aldeias berberes construídas em adobe e da cor da montanha que as rodeia.


Ait Barka

À medida que subimos a temperatura baixa e a neve, em África, surge. É estranho porque neve e África não combinam no nosso imaginário, apesar de sabermos que é normal nesta altitude.
O nosso destino é Ouarzazate mas pelo caminho queremos visitar uma aldeia com um Kasbah em ruínas, Telouet. Era por aqui que passava uma rota de caravanas vindas do deserto no seu caminho para Marrakech. A pista pode ser percorrida por veículos 4x4 e dizem ser magnífica. Nós seguiremos apenas até Telouet.
Na berma da estrada há vendedores de pedras, muitas pintadas de cores inimagináveis. Por vezes colocam-se no meio da estrada e usam de todas as estratégias possíveis para nos fazer parar. As mulheres, essas, carregam fardos de lenha quase do seu tamanho, colhidos dos arbustos baixos da montanha. Provavelmente o combustível para as suas casas.

Para ir a Telouet faz-se um desvio da estrada principal e percorre-se uma estrada que por vezes é de terra batida. A meio do caminho cruzamo-nos com o único veículo durante o desvio. Colocou-se à nossa frente e fez-nos parar. Carjacking em Marrocos? Os ocupantes não tinham aspecto disso, mas,...sem outra solução abrimos a janela e deram-nos um cartão para passarmos na sua loja de tapetes em...Telouet. Só mesmo em Marrocos!

O Kasbah de Telouet pertencia à família Glaui que colaborou com a França e por isso se exilou depois da independência de Marrocos. Ao contrário das casas dos aldeões, o Kasbah tinha electricidade e interiores luxuosos.

Mal paramos o carro surge o guia que não é guia nem leva dinheiro, apenas quer ajudar...
Conta que passa metade da vida no deserto outra meia aqui nas montanhas. Seja. Seguimos com ele. Ao chegar ao Kasbah o nosso guia chamou o guarda, um pastor negro que guarda as suas ovelhas no rés-do -chão do Kasbah. Pagamos alguns euros pela entrada e seguimos com o nosso guia. Ficamos a saber que o dono tinha quatro mulheres, cada uma tinha a sua janela...e variava nos gostos, tinha uma negra, uma caucasiana...
O interior do Kasbah é de facto deslumbrante, as ruínas exteriores escondem a beleza interior. Pena que o estado marroquino deixe o património ficar assim. Cá fora as garagens eram para os camelos e tinham a altura adequada para os bichos.
Acabamos a visita numa loja a regatear tapetes e a dar uma gorjeta ao guia...
Não fomos à loja do homem do cartão.


kasbah de Telouet
O guia e os seus seguidores, entrada do Kasbah
Interior
Uma das janelas das mulheres
Será a janela da favorita?
A vista da janela
Ouarzazate ao amanhecer, o sol ilumina os picos do Atlas
Era nossa intenção passar em Aït Benhaddou, Património da Humanidade, mas a noite caiu ainda descíamos o Atlas, portanto este importante Kasbah ficará para amanhã. Chegamos a Ouarzazate era noite escura e encontrar o hotel demorou cerca de meia-hora.

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