lugares e sensações

quarta-feira, abril 23, 2008

Zamora, a cidade do Tratado

Corria o ano de 1143, após muitas lutas e desentendimentos, quando os dois netos de Afonso VI de Leão se reuniram nesta cidade para discutir e assinar um tratado de paz, o Tratado de Zamora, era o inicio da Independência do Condado que agora passaria a Reino de Portugal. No entanto o reconhecimento pelo Papa só veio em 1179 na Bula Manifestis Probatum e com ele a despensa de prestação de vassalagem ao Rei Afonso VII. Diz a lenda que foi também na Catedral de Zamora que Afonso Henrique se auto-armou cavaleiro (seria o inicio das licenciaturas em Espanha...) porém a construção da catedral começou no ano de 1140 e só terminou trinta anos depois...
Era Domingo de Páscoa e corria o ano de 2008 quando passei em Zamora e procurei o prato típico de que tanto se falava, Dos y Pingada, num restaurante recomendado. Afinal era Páscoa...
Nunca comi 2 ovos estrelados tão caros...e ainda estou para entender que prato típico era aquele. Que falta me fizeram os rojões, cabrito assado, arroz de cabidela ou mesmo um franguinho de churrasco....
Com comida assim a Independência era inevitável!

Bula Manifestis Probatum
Alexandre, Bispo, Servo dos Servos de Deus, ao Caríssimo filho em Cristo, Afonso, Ilustre Rei dos Portugueses, e a seus herdeiros, in perpetuum. Está claramente demonstrado que, como bom filho e príncipe católico, prestaste inumeráveis serviços a tua mãe, a Santa Igreja, exterminando intrepidamente em porfiados trabalhos e proezas militares os inimigos do nome cristão e propagando diligentemente a fé cristã, assim deixaste aos vindouros nome digno de memória e exemplo merecedor de imitação. Deve a Sé Apostólica amar com sincero afecto e procurar atender eficazmente, em suas justas súplicas, os que a Providência divina escolheu para governo e salvação do povo. Por isso, Nós, atendemos às qualidades de prudência, justiça e idoneidade de governo que ilustram a tua pessoa, tomamo-la sob a proteção de São Pedro e nossa, e concedemos e confirmamos por autoridade apostólica ao teu excelso domínio o reino de Portugal com inteiras honras de reino e a dignidade que aos reis pertence, bem como todos os lugares que com o auxílio da graça celeste conquistaste das mãos dos Sarracenos e nos quais não podem reivindicar direitos os vizinhos príncipes cristãos. E para que mais te fervores em devoção e serviço ao príncipe dos apóstolos S. Pedro e à Santa Igreja de Roma, decidimos fazer a mesma concessão a teus herdeiros e, com a ajuda de Deus, prometemos defender-lha, quanto caiba em nosso apóstolico magistério.

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